“Sabemos há muito, pelo menos desde Maquiavel, que a política se resume, na sua nudez, à luta pela conquista e pela manutenção do poder. Nessa luta não há regras, para além do êxito próprio e da derrota dos adversários. A política nua é um consequencialismo de tipo amoral.”
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“A forma mais expedita de cobrir a nudez da política consiste em deslocar a luta pelo poder da vertente conspirativa que a tem caracterizado para a competição ideológica, para a contraposição de doutrinas e soluções concretas para as falhas institucionais acima assinaladas e para os outros problemas do país.”
Neste artigo, João Cardoso Rosas faz eco da natureza maquiavélica da política e sugere, bondosamente, que se cubram as “partes pudendas” para não excitar a populaça.
Esta visão, diletante e cínica, abre o caminho ao vanguardismo elitista e a todos os tipos de tirania. A política, em si, é tão amoral como a economia ou a medicina. Os políticos, porém, não são a encarnação da política. São seres morais que se dedicam à política e isto faz toda a diferença.
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