Há ainda outra coisa que podemos fazer para ajudar a corrigir os nossos problemas: reduzir o consumo, sobretudo de produtos importados, em particular automóveis. A redução de importações diminui directamente o nosso défice externo e abranda o crescimento da dívida externa, que já deverá rondar os 110% do PIB. Temos um excesso de consumo e estamos no topo em termos de posse de automóveis, em flagrante contradição com os nossos magros rendimentos. A redução na compra de automóveis nem sequer se tem de traduzir em grandes perdas de bem-estar: poderá resumir-se a adiar a troca de automóvel.
Haverá quem fique horrorizado com esta proposta, porque só olha para os efeitos directos e de curto prazo, lidos de acordo com um livro de texto "chapa 5". Só que nós não estamos perante as condições em que se aplicam as condições "chapa 5". Estamos perante circunstâncias em que a diminuição dos nossos défices público e externo se traduz em significativas melhorias das nossas condições de financiamento, melhorando as nossas contas públicas e as nossas possibilidades de crescimento.
Pedro Braz Teixeira, no JN
PS: O sábio conselho do PBT vai permitir, com os sacrifícios que nos propõe, que o Estado continue a dispor do nosso dinheiro para manter uma frota de automóveis topo de gama, que dignifique as funções de representação.
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