Santana apanhado no processo Face Oculta. Este era o título desta manhã de uma notícia da TSF.
Não sei se a minha compreensão de português, já de si limitada, não acompanhou qualquer evolução semântica do termo “apanhado”, talvez seja este o caso. Para mim, porém, o “apanhado” transmite a ideia de um comportamento habitual, ou reiterado, que termina quando o perpetrador é capturado ou... apanhado.
Assaltante de bancos é apanhado, violador é apanhado, mulherengo é apanhado com as calças na mão, etc.
A circunstância fortuita e desconexa, sem relação de causa e efeito, ou sem repetição, dificilmente aceita o apanhado. Fica melhor dizermos que “o nome de Santana surgiu no processo Face Oculta", ou “apareceu”, ou foi “referido”, etc. O “apanhado” parece implicar uma espécie de julgamento popular: um tipo apanhado é culpado, está subjacente.
Já o poderíamos, contudo, aplicar a Sócrates, sem qualquer prurido, afirmando, por exemplo: Sócrates apanhado a mentir na Assembleia da República. Dado que existem suspeitas de que mentir é um comportamento habitual do primeiro-ministro (segundo Marcelo) e cesteiro que faz um cesto...
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