É muito difícil imaginarmos o impacto que o terramoto de Lisboa de 1755 teve em Portugal. Talvez olhando para as imagens que nos chegam do Haiti consigamos fazer uma pequena ideia. Em Lisboa, o terramoto foi seguido de um tsunami e de um incêndio que devastou o que restava da cidade.
As elites europeias reflectiram e escreveram sobre o terramoto de Lisboa, em termos que nos levam a pensar que este acontecimento influenciou todo o pensamento filosófico do Sec. XVIII.
O terramoto desmoralizou a população portuguesa, reforçou a crença no destino e evidenciou os riscos de pensar a longo prazo. Ora todo o desenvolvimento depende precisamente de acreditarmos que podemos melhorar o futuro e que vale a pena o esforço necessário.
Ainda hoje, a cultura portuguesa revela fatalismo: “A morte é certa”; “o futuro a Deus pertence”; “viver um dia de cada vez”, etc.
Mas não foi só no plano moral que o terramoto deixou marcas. Pombal aproveitou-se da catástrofe para concentrar o poder do Estado nas suas mãos e desviar todos os recursos para os seus projectos megalómanos. O resultado foi a bancarrota.
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