A recente batalha entre a Google e a República Popular da China pode muito bem vir a ser um "case study" e, dizem alguns, um "turn of events" histórico. Mas eu não acredito. Nas últimas semanas, a Google ameaçou retirar-se da China, na sequência de ataques cibernéticos provenientes, supõe-se, de entidades governamentais chinesas. A censura na internet promovida pelo Partido Comunista chinês não é de agora; foi uma condição imposta à Google para que esta fosse autorizada a operar na China, o que, na altura, foi um verdadeiro pacto com o Diabo. Como agora se está a ver. Resta saber quem é o Diabo: a China ou a Google?!
Ontem, na sua crónica no International Herald Tribune, Thomas Friedman - autor do célebre "The World is Flat" - escrevia "There are actually two Chinese economies today. There is the Communist Party and its affiliates; let's call them Command China. These are the very traditional state-owned enterprises. Alongside them, there is a second China, largely concentrated in coastal cities like Shanghai and Hong Kong. This is a highly entrepreneurial sector that has developed sophisticated techniques to generate and participate in diverse, high value flows of business knowledge. I call that Network China". Pois é - totalmente de acordo. O problema é a participação de cada uma destas Chinas. Ora, de acordo com um outro livro que eu gosto de citar ("The World is Curved", de David Smick), a "Command China" responde por uma percentagem muito superior da população activa e, também, do PIB, comparado com a "Network China". Em suma, uma minoria que, politicamente, será fácil de silenciar. Como? Censurando a Google. Et voilá, assim se inicia a correcção da bolha chinesa.
Sem comentários:
Enviar um comentário