28 dezembro 2009

profiling

O método clínico é muito parecido com uma investigação policial. O médico começa por recolher uma história, selecciona alguns sinais ou sintomas relevantes e depois, em função do contexto e do resultado de exames complementares de diagnóstico, que poderão ser necessários, elabora um diagnóstico.
Alguns doenças são específicas de certas raças ou etnias. Outras afectam apenas determinadas regiões do globo. Outras, ainda, predominam nalgumas estações do ano. Se um jovem do Minho vai a uma consulta médica, em Dezembro, com febre e dores de cabeça, talvez não valha a pena pensar que está com malária.
Sem um método, a medicina não seria possível. Sem um método, nenhuma investigação policial seria possível. Sem um método, não será possível reforçar a segurança aérea.
Quem são os perpetradores dos actos de terrorismo? Quais são as suas motivações? Quais são os seus métodos? De onde vêm? O que pretendem conseguir?
Esclarecidas estas perguntas, a segurança deve concentrar-se nos possíveis suspeitos. O português que vai visitar uns familiares a Newark, NJ, não é suspeito de terrorismo. O banqueiro que se desloca todas as semanas entre NY e Londres não é suspeito de terrorismo. O doente que se vai tratar à Mayo Clinic não é suspeito de terrorismo.
Pelo contrário, um cidadão proveniente do médio oriente, que se desloca sem bagagem numa viagem transatlântica, necessita de ser investigado com mais atenção.
Sem este “profiling” não é possível garantir a segurança aérea.
PS: A foto, do Google images, foi utilizada num folheto sobre segurança aérea.

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