11 dezembro 2009

ora explique-se lá


Amanhã, José Sócrates vai divulgar o vencedor do concurso relativo ao primeiro troço do TGV, que, publicamente, parece ter apenas três grandes apoiantes: o governo, o sector das obras públicas e o BES. De resto, ainda hoje, numa conferência relativa à banca e à economia portuguesa, Ricardo Salgado voltou a reafirmar o cariz estratégico da rede de alta velocidade.

Declaração de interesses: tenho grande admiração pelo Presidente executivo do BES. Porém, se excluirmos o interesse que o BES tem em participar no dito projecto - que, por sua vez, duvido que seja crucial no plano de negócios daquele banco -, não entendo esta fixação de Salgado. Porque, apesar do QREN, o TGV agravará o endividamento público e, mais importante ainda, não existe nenhuma projecção (que eu conheça) que demonstre, de forma credível, a recuperação e a rentabilidade daquele investimento nesta - e, quiçá, na próxima - geração! Acresce a isto, a expectativa, transversal entre os analistas financeiros (Goldman, Morgan, UBS, etc.), de que em 2010 serão testadas as finanças públicas do mundo ocidental - encontrando-se Portugal entre as primeiras árvores a serem abanadas - e mais incrédulo fico com a posição oficial do BES...

Enfim, já estou como os brasileiros: "legal...mas me explica melhor", com números - e não apenas com palavras.

Ps: A propósito do TGV, onde anda o PSD? Tão ferozes que eram...

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