A crise financeira (2008-2009), a crise climática (com o seu “grand finale” em Copenhaga) e a crise provocada pela pandemia da gripe A, servem às mil maravilhas para caricaturar a esquerda e a direita do Sec. XXI.
Em todos estes casos desenvolveu-se um drama que envolveu os órgãos de comunicação social, os governos e os partidos políticos, cientistas, grandes empresas e até instâncias internacionais, como a ONU, o IPCC, a OMS e o FMI.
O resultado não foi a reflexão serena e a prudência. O resultado foi a hipérbole dos protagonistas e a histeria colectiva. Pintaram-se cenários apocalípticos e forçaram-se medidas mal pensadas, apenas para servir os interesses dos que gritaram mais alto.
Como é que a esquerda e a direita reagiram a estas crises? Segundo critérios ideológicos? Qual quê!
A esquerda alinhou e alimentou estas diversas farsas, respondeu emotivamente, esqueceu quaisquer princípios, confundiu a opinião dos cientistas com a verdade, apelou ao Estado, remeteu a factura para os contribuintes e confundiu as organizações internacionais com oráculos da Divina Providência.
A direita portou-se melhor, devo dizer. Rejeitou os cenários apocalípticos e apelou à reflexão. Não abandonou princípios básicos e procurou que todos assumissem as suas responsabilidades. Manifestou-se contra o bailout à banca, por exemplo, e contra as medidas ambientais que prejudicassem o desenvolvimento económico. Por fim, as múltiplas vozes da direita procuraram sempre identificar os diferentes interesses em jogo, em vez de recomendarem cheques em branco às partes interessadas.
Neste início do Sec. XXI, a esquerda agremia os partidários do emocionalismo e a direita os partidários da razão.
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