Todas as mulheres que conheceste, desde a filha das tristes ervas a cantar debaixo da lanterna até à bela patrícia a espalhar pétalas de flores do cimo do seu tapete, todas as formas que contemplaste, todas as fantasias dos teus desejos, podes pedir-mas! Eu não sou uma mulher – Eu sou um mundo.
Basta as minhas vestes tombarem, para descobrires na minha pessoa uma série de mistérios.
Se tocares com um dedo no meu ombro, vais sentir uma torrente de fogo nas tuas veias. A posse da parte mais ínfima do meu corpo vai provocar-te um êxtase mais intenso do que a conquista de um império. Aproxima os teus lábios! Os meus beijos sabem aos frutos que enterneceriam o teu coração.
Ah, como te perderias nas minhas tranças, acariciarias os meus peitos, olharias para as minhas pernas, e te derreterias com o meu olhar, nos meus braços, numa vertigem.
Gustave Flaubert, LA TENTATION DE SAINT ANTOINE
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