A «Política de Verdade» que o PSD quis levar aos portugueses, não os convenceu. Por mim, lamento muito, mas é assim. Todavia, essa mesma «Política de Verdade» poderá ser muito útil ao partido. Só ela o poderá salvar de uma hecatombe que já se começa a pressentir. Por isso, o PSD não deve mentir a si mesmo e deve perceber claramente a situação em que se encontra. Em primeiro lugar, o saldo deste ciclo eleitoral não é positivo. Ele é, pelo contrário, francamente negativo e não vale a pena ignorar o óbvio e proclamar o contrário. O PSD perdeu as legislativas, perdeu um número considerável de câmaras que tinha ganho há quatro anos, e ganhou umas eleições a quem ninguém dá importância - as europeias - mais pela surpresa simpática que o cabeça de lista constituiu, do que por méritos do partido. Chega ao fim deste ciclo com 29% de eleitorado, face a um Partido Socialista fustigado na governação, mas que continua a mandar em Portugal. Por outro lado, o partido está fraccionado em múltiplos grupúsculos, que não parecem capazes de se entender, sequer de se respeitarem reciprocamente. Espera-o, aliás - espera-os a todos, para sermos mais concisos - um longo período de oposição, tão mais longo quanto mais intensa for a sua desagregação interna. O PSD ou percebe rapidamente isto, ou está condenado a perder peso político, influência, eleitores, talvez até a desaparecer.
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