24 setembro 2009

Eleições: prognósticos (antes do final do jogo!)


As sondagens que hoje têm sido divulgadas não me surpreendem. Há muito que tenho que para mim que José Sócrates será reeleito. Inicialmente, há coisa de dois anos pensava que seria com uma confortável segunda maioria absoluta. Até apostei uma Barca Velha! Mais recentemente, a crise interna e externa, associado ao desgate do executivo após quatro anos de governação, fizeram com que as bases de Sócrates tivessem estremecido, pondo até em causa a nova maioria absoluta. Esta fragilidade foi agravada pelo grave erro estratégico de promover Vital Moreira para as europeias e, também, pela extraordinária surpresa que foi a ascenção de uma figura nova no desgastado PSD, Paulo Rangel. Contudo, a inevitável tendência do PSD em dar tiros nos pés - nomeadamente, essa disparatada lista de deputados - e a inabilidade política de Ferreira Leite lá recolocaram este PSD no seu devido lugar. Nesse aspecto, esta polémica de última hora das escutas parece-me quase irrelevante.

Assim, neste momento, a hipótese da maioria absoluta do PS volta a não ser uma mera hipótese académica. Na minha opinião, tendo em conta a decepção que foi a campanha televisiva de Francisco Louçã e considerando a boa inércia do CDS, acredito que existem dois cenários mais prováveis: a) o BE e o CDS confirmam estas minhas impressões, reduzindo o incentivo ao voto útil contra o PS e retirando eleitorado ao PSD, e Sócrates vence com maioria absoluta ou; b) Sócrates vence com maioria relativa coligando-se de seguida com a CDU de Jerónimo de Sousa. Neste último cenário, Sócrates teria três vantagens: a) conquistaria a maioria parlamentar que, ao seu gosto pragmático, lhe permitiria governar com mais à-vontade; b) estaria coligado com um parceiro fraco, pois Jerónimo dificilmente poria em causa o regresso dos comunistas ao poder (inédito na Europa de hoje!) e; c) reforçaria a sua popularidade junto da opinião pública portuguesa que, tendencialmente, e apesar da sua paixão por líderes fortes, sofre de um complexo de esquerda!

Quanto ao PSD, que se afigura cada vez mais como o grande derrotado destas eleições, está prestes a perder uma grande oportunidade de voltar a ser um partido de governo. Na realidade, estas eleições fazem-me lembrar as eleições norte-americanas de 2004, em que se pensava que Bush, muito fragilizado, pudesse ser apeado por John Kerry. A campanha de Kerry ainda ganhou algum fôlego, mas que depois se esvaziou rapidamente conduzindo à reeleição confortável daquele que, decididamente, foi o pior Presidente da América de sempre. Outro exemplo recente: a releição, no ano passado, de Zapatero, ele próprio uma nulidade política que parece apostado em destruir a Espanha. Aqui em Portugal, mesmo considerando que Sócrates está bastante acima das ilustres personalidades referidas anteriormente, encaminha-se para repetir a façanha que já vimos nesses outros países. Ou seja, dada iminência da derrota, o PSD tem aqui outra oportunidade notável: reformar-se de uma ponta a outra. Neste blogue, o rui A. tem defendido repetidas vezes que Rui Rio será o próximo líder do partido. Talvez. Rio tem sabido manter-se à parte da máquina partidária laranja, o que só o tem beneficiado. Mas, a não ser que elimine os tentáculos estabelecidos dessa mesma máquina interna, Rui Rio será derrubado por outro qualquer golpe palaciano. De resto, não foi por acaso que Paulo Rangel surpreendeu pela positiva. Ora, ali estava uma figura nova, capaz, bem falante e que conquistou a simpatia e, provavelmente, a admiração do eleitorado. É isso que as pessoas querem: outra gente. Infelizmente, é o que mais falta!

1 comentário:

Anónimo disse...

I wish you health and happiness every day!
Ich wunsche Ihnen Gluck und Gesundheit jeden Tag!
Je vous souhaite sante et bonheur chaque jour!

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