A actuação do senhor Presidente da República nesta polémica das escutas tem sido de um amadorismo político total.
Cavaco Silva já tem idade - e experiência - para saber que contra teorias da conspiração não se luta nem se lhes dá importância. Pelo menos, não em público! É que as cabalas, simplesmente, não são demonstráveis ou, melhor ainda, não são objecto de prova. Assim sendo, por que carga de água se sente o PR tão pressionado a dar explicações acerca de um assunto que não é possível demonstrar nem provar? É uma tontice pegada!
Se o Presidente, ao longo das últimas semanas, se tivesse mantido publicamente imperturbável, se não tivesse demitido o seu assessor nem tivesse feito a comunicação de ontem teria feito muito melhor. Primeiro, durante a campanha, não teria desviado as atenções do eleitorado. Segundo, após as eleições, não se colocaria à frente da escolha governativa da maioria dos eleitores portugueses. Se não tivesse dado importância a esse pseudo-assunto, a suposta conspiração ter-se-ia perdido na espuma das coisas...
Entretanto, o PR estragou tudo! Porque o PS tem a legitimidade democrática para formar governo, ainda que minoritário. E se Cavaco se opuser, declaradamente ou de forma subreptícia, fazendo com que o Governo caia ou que não chegue sequer a ser formado, então sim, o PS poderá, de facto, fazer-se de vítima, pedindo uma maioria absoluta aos portugueses, o que, tendo em conta a debilidade das demais alternativas políticas, não seria algo demasiado extraordinário de conseguir.
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