Embora não concorde de todo com o Michel Onfray, estou a ler A Potência de Existir com bastante interesse. O estilo hiperbólico e por vezes histriónico do Michel prejudica a leitura, mas não nos afasta de procurar compreender as suas teses.
O Michel tece a sua visão do mundo a partir de conceitos e ideias de autores clássicos, mas esquece-se de os ancorar na realidade. O resultado é uma filosofia que fica “suspensa no éter”. Um modelo de escultura racional, tão interessante e útil como a arte abstracta.
A sua rejeição do mamífero que ainda há em nós e a apologia do humano no homem é, no mínimo, hilariante. Ser humano é ser um animal racional (um mamífero), se matarmos o mamífero não sobra nada.
Despidos da nossa animalidade, não seriamos capazes de definir objectivos de vida, não seriamos capazes de amar ou odiar e a própria vida não teria qualquer sentido.
Penso que não é necessário estudar filosofia para chegar a esta conclusão.
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