31 agosto 2009

alianças

Esta entrevista de Paulo Mota Pinto ao jornal i não credibiliza o PSD como alternativa. A questão põe-se na política de alianças pós-eleitoral, nomeadamente quando o entrevistado afirma peremptoriamente que não se deve excluir, nessa matéria, «nenhum caminho». Não é assim. Se o PSD quer ser alternativa ao PS, se entende, como bem afirmou Manuela Ferreira Leite, que o caminho do estatismo protagonizado por aquele partido no governo não serve para Portugal, então tem de dizer claramente ao país que em cenário algum se coligará com o PS. O mesmo raciocínio pode e deve aplicar-se igualmente ao CDS: admite o partido do Caldas uma coligação pós-eleitoral com o Partido Socialista, ou não? Estas questões não são secundárias, nem podem ficar dependentes dos «resultados eleitorais», como afirma Mota Pinto na mesma entrevista. Elas dependem de princípios e de projectos que se têm ou não têm para o país. Projectos alternativos e não cumulativos ao sabor das circunstâncias do voto: ou o PSD tem um projecto para o país diferente do do PS, ou não faz sentido pedir o voto dos portugueses, tão pouco afirmar que o governo socialista criou um estatismo asfixiante. É bom, pois, que a direita, a começar pelo PSD, mas logo seguida pelo CDS, torne bem clara e inequívoca a sua posição sobre o assunto.

P.S.: O assunto torna-se ainda mais sério se pensarmos que um dos argumentos mais invocados para o voto no PSD, nomeadamente por alguns dos seus mais influentes dirigentes, como José Pacheco Pereira, é que é necessário tirar o PS do governo, custe o que custar. Esperemos, então, que o voto no PSD não sirva para que ele lá continue.

Sem comentários: