Foi no auge da Grande Depressão, à qual a presente crise é comparada, que o economista John Maynard Keynes se tornou famoso. Fê-lo com uma heresia, embora num país onde os hereges são apreciados - a Inglaterra.
Na altura vigorava a ortodoxia, herdada dos economistas clássicos, conhecida pelo nome de Princípio do Equilíbrio Orçamental - o Estado não deve nunca gastar acima das suas receitas.
Perante o desemprego maciço, Keynes defendeu no seu livro "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda", publicado em 1936, a seguinte mensagem: "Ponha-se o Estado a gastar dinheiro, a fazer obras públicas para empregar pessoas, incorrendo em défices, se necessário (estava aqui a heresia). O salários que os trabalhadores assim empregados vão receber serão gastos em bens de consumo (alimentação, vestuário, etc.) criando empregos nestes sectores de actividade, e levando as empresas a investirem mais (fábricas, máquinas, etc.) para satisfazer a procura acrescida, por essa via criando ainda mais empregos." (Neste processo cumulativo de criação de empregos estava o célebre mecanismo do multiplicador)
A mensagem foi recebida pelos economistas da altura com o maior cepticismo e incredulidade. Mas foi ela que contribuiu decisivamente para acabar com a Grande Depressão.
As heresias do passado tornam-se frequentemente as ortodoxias do presente, e a situação normal actual é os Estados gastarem sistematicamente acima daquilo que recebem, criando défices e dívidas públicas que são consideráveis. Não apenas isso. Na altura o peso do Estado na economia (medido pelo peso das despesas ou dos impostos no PIB) era da ordem de 10%, havendo amplo espaço para o aumento da despesa pública e, a prazo, também dos impostos. Hoje, é de 50% e esse espaço não existe.
A conclusão é que Keynes foi herético no seu tempo. Hoje já não o seria, as condições são diferentes, e vamos necessitar de uma nova heresia para acabar com a crise actual. Virá essa heresia dos países católicos ou protestantes? You guess.
Na altura vigorava a ortodoxia, herdada dos economistas clássicos, conhecida pelo nome de Princípio do Equilíbrio Orçamental - o Estado não deve nunca gastar acima das suas receitas.
Perante o desemprego maciço, Keynes defendeu no seu livro "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda", publicado em 1936, a seguinte mensagem: "Ponha-se o Estado a gastar dinheiro, a fazer obras públicas para empregar pessoas, incorrendo em défices, se necessário (estava aqui a heresia). O salários que os trabalhadores assim empregados vão receber serão gastos em bens de consumo (alimentação, vestuário, etc.) criando empregos nestes sectores de actividade, e levando as empresas a investirem mais (fábricas, máquinas, etc.) para satisfazer a procura acrescida, por essa via criando ainda mais empregos." (Neste processo cumulativo de criação de empregos estava o célebre mecanismo do multiplicador)
A mensagem foi recebida pelos economistas da altura com o maior cepticismo e incredulidade. Mas foi ela que contribuiu decisivamente para acabar com a Grande Depressão.
As heresias do passado tornam-se frequentemente as ortodoxias do presente, e a situação normal actual é os Estados gastarem sistematicamente acima daquilo que recebem, criando défices e dívidas públicas que são consideráveis. Não apenas isso. Na altura o peso do Estado na economia (medido pelo peso das despesas ou dos impostos no PIB) era da ordem de 10%, havendo amplo espaço para o aumento da despesa pública e, a prazo, também dos impostos. Hoje, é de 50% e esse espaço não existe.
A conclusão é que Keynes foi herético no seu tempo. Hoje já não o seria, as condições são diferentes, e vamos necessitar de uma nova heresia para acabar com a crise actual. Virá essa heresia dos países católicos ou protestantes? You guess.
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