20 julho 2009

eles próprios



Quando há cerca de três anos visitei Buenos Aires, aquilo que mais me impressionou na paisagem urbana foram os intelectuais de café. Eu tinha a certeza que sabia os temas que eles discutiam - o atraso do seu país e os grandes problemas do mundo.
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Eu tinha também a certeza das explicações que eles davam para o atraso do seu país - o imperialismo americano, o governante X ou Y que já tinha morrido (vg., Perón), a distância a que estavam da Europa, a herança do comunismo soviético, a quebra na procura mundial para o tango, enfim, qualquer coisa longe deles.
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Eu tinha até mais uma certeza acerca da resposta que eles não davam para o atraso e as dificuldades do seu país - eles próprios e todos os seus concidadãos que pensam e agem como eles, isto é, a sua própria cultura. É que a cultura age sem um homem dar por isso.

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