Em False Dawn, John Gray considera a revolução industrial como a mãe de todos os males do mundo. A vida económica, até então, estava submetida aos limites impostos pela necessidade de manter a coesão social, mas, nos finais do Sec. XVIII, a Inglaterra foi vítima de “uma experiência de engenharia social de consequências extremas”. “Os mercados sociais foram demolidos e substituídos por mercados desregulados, que operam independentemente das necessidades sociais”.
Penso que John se dirige à populaça mais tacanha, com este tipo de palavreado. Uma experiência necessita de agentes que procurem determinados objectivos. Ora, a Revolução Industrial (RI) não cai dentro desse paradigma. Depois, chamar economia social à economia agrícola pré-industrial é a maior operação de rebranding que posso imaginar.
Ao contrário das previsões Marxianas (para usar a linguagem do BE), o capitalismo não depauperou a classe operária; pelo contrário, surtiu o efeito exactamente oposto.
John Gray argumenta que a RI, que apelida de Grande Transformação, determinou perda da coesão social, desemprego, desigualdade social, o aparecimento da “underclass” e uma chusma de outros problemas...
Enfim, John Gray devia comprar uma quinta no Alentejo, dedicar-se à agricultura ecológica, fumar uns charros e deixar-se de tretas.
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