Nas últimas eleições as sondagens foram um tema dominante. De uma forma sistemática, as sondagens inflacionaram a votação no PS e deflacionaram a votação no CDS/PP. Os especialistas em sondagens e, em particular, as organizações que as produziram, foram especialmente criticadas e até acusadas de incompetência. Um fenómeno semelhante a uma teoria da conspiração, muito ao gosto da cultura portuguesa, ficou a pairar no ar. Sendo geralmente parciais, os portugueses desconfiam da imparcialidade de toda a gente.
A minha tese para explicar o enviesamento sistemático e generalizado das sondagens em favor do PS e em desfavor do CDS/PP é muito diferente. Assenta na verificação de que, por virtude da sua tradição cultural, os portugueses têm medo do poder; e, por virtude do 25 de Abril, os portugueses de direita têm medo de revelar aquilo que são. Quando questionados nas sondagens, muitos portugueses terão respondido que votariam PS quando na realidade não era essa a sua intenção, e outros declararam votar em outro partido quando na realidade tencionavam votar CDS/PP.
A minha tese para explicar o enviesamento sistemático e generalizado das sondagens em favor do PS e em desfavor do CDS/PP é muito diferente. Assenta na verificação de que, por virtude da sua tradição cultural, os portugueses têm medo do poder; e, por virtude do 25 de Abril, os portugueses de direita têm medo de revelar aquilo que são. Quando questionados nas sondagens, muitos portugueses terão respondido que votariam PS quando na realidade não era essa a sua intenção, e outros declararam votar em outro partido quando na realidade tencionavam votar CDS/PP.
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