A leitura política que eu faço do sufrágio de ontem é a seguinte: a grande vencedora da noite foi a Dra. Abstenção. Teve uns esmagadores 63% dos votos. Seguiu-se o PSD com 12%, o PS com 10%, o BE com 4%, a CDU também com 4% e o CDS com 3% dos votos. Ou seja, daqui se retira que a legitimidade democrática destes actos eleitorais, um pouco por toda a Europa, está no limiar do sustentável. De resto, não foi em vão que, na última semana, os líderes políticos tanto apelaram à votação, alegando o dever da participação democrática. Infelizmente, na minha opinião, o verdadeiro motivo que se esconde por detrás desse (quase) desesperado pedido é apenas um: se as pessoas não votarem e a abstenção continuar a crescer desta forma, a prazo, será a própria existência da classe política a estar em causa! Enfim, o jogo da sobrevivência também já chegou à política, em particular a este regime de democracia indirecta (ou representativa).
A título acessório, registei também a fragmentação da esquerda. Tanto em Portugal, como na Europa. Este facto, por si só, não conduzirá ao ressurgimento da Direita, mas facilitará as coligações neste expectro político. Por outras palavras, tanto em Portugal como na Europa, as coligações à direita serão mais fáceis de concretizar do que à esquerda. Ainda bem!
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