17 junho 2009

cães de palha

A tese central de “Straw Dogs”, de John Gray, é que a espécie humana não difere de qualquer outra espécie terrestre. O livre-arbítrio não existe e a ideia de que podemos determinar o nosso futuro é uma pura ilusão.
O progresso científico é um facto, mas a fé no progresso é uma superstição (sic). A fé dos humanistas no progresso, enquanto meio de nos apropriarmos do nosso próprio destino, é apenas uma crença religiosa post-Cristã. A crença de que podemos construir um mundo melhor do que o que herdámos.
No mundo pré-Cristão considerava-se que o futuro seria como o passado. O conhecimento avançaria, mas a moral continuaria idêntica. A história era vista como uma série de ciclos, sem qualquer significado.
Eu discordo completamente do John Gray, apesar de compartilhar de algumas ideias chave. Somos uma espécie animal, com os mesmos objectivos de todas as outras: sobrevivermos e reproduzirmo-nos. As similaridades, contudo, ficam-se por aí
Somos dotados de livre-arbítrio e, em consequência, podemos influenciar o futuro. O progresso permitiu um crescimento significativo da população e, nesse sentido, já influenciamos o nosso destino.
Uma nota positiva é que o autor identifica claramente as raízes do secularismo humanista no Cristianismo. Cristianismo contra o qual os humanistas tanto berram.

Sem comentários: