Apesar de ser natural pensar que a tolerância é uma atitude permissiva e entusiasta para com a diferença, na verdade, a tolerância é um princípio: é a exigência ética de que todos respeitem os direitos e as liberdades dos outros.
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A tolerância não é uma exigência para a licença, para fazermos o que nos der na veneta, especialmente para assumirmos comportamentos que ameaçam os direitos dos outros; é uma exigência de respeito pelos direitos e expectativas dos outros, mesmo quando não compartilhamos dos seus pontos de vista ou interesses. A tolerância desempenha portanto um papel crucial nas “boas sociedades”, juntamente com outros princípios que a impedem de aceitar seja o que for. Estes princípios são o pluralismo; a liberdade individual, que requer tolerância mas que indica os limites da tolerância que são: a intolerância com o que provoque destruição. Insistir neste ponto é vital porque explica porque é que a tolerância não pode, nem deve, tolerar a intolerância.
A. C. Grayling
Gostaria de sublinhar, como se deduz do exposto, que sem tolerância não pode existir um Estado de direito. Sem tolerância as sociedades permanecem, ou regressam, à barbárie.
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