04 maio 2009

governo

"Enquanto a liberdade efectiva de troca for mantida, a característica central da organização de mercado da actividade económica é a de impedir as suas actividades. O consumidor é protegido da coerção do vendedor devido à presença de outros com quem pode negociar. O vendedor é protegido da coerção do consumidor devido à existência de outros consumidores a quem pode vender. O empregado é protegido da coerção do empregador devido aos outros empregadores com quem pode trabalhar, e assim por diante. E o mercado faz isto, impessoalmente, e sem nenhuma autoridade centralizada.

De facto, uma objecção importante levantada contra a economia livre consiste precisamente no facto de que ela desempenha esta tarefa muito bem. Ela dá às pessoas o que elas querem e não o que um grupo particular acha que devem querer. Subjacente à maior parte dos argumentos contra o mercado está a ausência da crença na liberdade como tal.

A existência de um mercado livre não elimina, evidentemente, a necessidade de um governo. Ao contrário, um governo é essencial para a determinação das "regras do jogo", e deve ser um árbitro que interpreta e põe em vigor as regras estabelecidas. O que o mercado faz é reduzir sensivelmente o número de questões que devem ser decididas por meios políticos - e, por isso, minimizar a extensão em que o governo tem que participar directamente do jogo."

Milton Friedman, Learning for Tomorrow, 1974

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