As sociedades não nascem civilizadas, vão-se civilizando ao longo de centenas de anos, as mais das vezes por tentativa e erro.
No estado selvagem a cultura é bárbara. A tribo tem códigos de conduta muito estritos e é intolerante com os desvios comportamentais. Todos devem lealdade ao chefe e, apesar de confiarem uns nos outros, não respeitam as tribos vizinhas nem confiam nelas. Se assim não fosse a tribo não sobreviveria. Este padrão de comportamento pode, ainda hoje, ser observado nos gangues urbanos.
O aparecimento de verdadeiras civilizações caracteriza-se por mais tolerância social e pelo desenvolvimento de confiança nas instituições colectivas. Penso que a selecção que utilizei, nesta tabela, das variáveis tolerância e confiança é feliz porque são elementos culturais intimamente relacionados. Os indivíduos são mais tolerantes porque confiam na capacidade de intervenção das autoridades, em particular no que toca à segurança e à justiça.
Quando as instituições deixam de funcionar, de acordo com as expectativas da colectividade, passa-se da civilização à decadência. A tolerância transforma-se em laxismo, os marginais impõem de novo a lei da selva e a sociedade colapsa.
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