05 maio 2009

desesperos

O efeito eleitoral da candidatura de Paulo Rangel pode ser muito mais vasto do que inicialmente se poderia prever. A subida nas sondagens do PSD e as reacções dos seus mais directos rivais - estas últimas a roçarem o patético e a tentarem colar ao candidato laranja a imagem de uma falta de maturidade que manifestamente não o caracteriza - podem provocar um efeito de crescimento do partido que ultrapasse as eleições europeias e extravase para as autárquicas e para as legislativas. No fim de contas, a sensação que este cenário transmite é a de que o eleitorado do centro apenas aguardava um sinal de credibilidade por parte do PSD para transferir o seu voto. Paulo Rangel pode bem ter sido esse sinal.

O partido de Paulo Portas vai apresentar queixa contra o Centro de Sondagens da Universidade Católica, pelos míseros 2% de intenções de voto nas eleições europeias, que lhe foram atribuídos numa sondagem. A queixa só poderá ter por fundamento a manipulação dos resultados dessa sondagem com a intenção expressa de prejudicar o partido. Qualquer outra explicação é pura má fé, a não ser que o CDS queira apresentar queixa contra o eleitorado, por eventual crime de ingratidão política. Melhor faria o CDS em olhar mais para si mesmo e para as suas insuficiências, em vez de olhar tanto para os outros. Se houvesse por lá um módico de humildade liberal, seria fácil perceber que a política é um mercado, com oferta e procura, e que os eleitores agem racionalmente em busca do que lhes parecem ser as melhores soluções para as suas necessidades. E, por muitas e variadas razões, o CDS tem estado muito longe de merecer a escolha dos eleitores.

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