"Peço apenas aos leitores aquela pressuposição de simpatia sem a qual não há qualquer compreensão".
Estas são palavras de um homem que foi eleito democraticamente para o seu alto posto numa instituição onde não há partidos, e que ilustra que é possível praticar a democracia sem partidos. Porém, o ponto que me interessa aqui tratar é diferente. Trata-se do apelo do Papa àqueles que, em princípio, não concordam com ele. O Papa não lhes pede concordância. Pede-lhes simpatia. Pede-lhes apenas que o ouçam de boa-fé e presumindo que ele tem alguma coisa para dizer. E que depois decidam.
Vinda do chefe de uma instituição que não é propriamente conhecida pela sua tradição democrática, a frase ilustra, e faz um apelo, a um elemento essencial da cultura democrática - a simpatia. Não basta a um democrata tolerar aos outros a liberdade de expressão. É necessário que ele esteja disposto a ouvir os outros, especialmente aqueles que diferem de si, com simpatia. E a simpatia significa a presunção de que os outros estão de boa-fé e que têm alguma verdade para dizer.
Este é um dos elementos-base que falta aos povos de cultura católica quando vivem em democracia. A cultura católica está baseada na procura da verdade e, em breve, cada partido político julga ter a verdade. Cada partido vai ter de ouvir os outros partidos políticos no parlamento, na imprensa e em outros foruns, porque a isso está obrigado pelas regras do jogo. Mas não os ouve com simpatia.
Ouvir os outros é uma fardo que se tem de suportar porque os outros não têm a verdade, e, por isso, as suas palavras só podem ser recebidas com antipatia. Para cada partido, aquilo que os outros têm para dizer serve tipicamente para entrar por um ouvido e sair pelo outro e, se as regras o permitissem, até se lhes cortava a palavra.
Um homem possuindo uma cultura verdadeiramente democrata ouve os outros com simpatia, especialmente aqueles que diferem de si. Porém, em Portugal, não existe uma cultura democrática. Vejam-se as caixas de comentários dos blogues abertos para avaliar a simpatia que os comentadores nutrem uns pelos outros, pelos autores do blogue, e pelas suas respectivas verdades.
Estas são palavras de um homem que foi eleito democraticamente para o seu alto posto numa instituição onde não há partidos, e que ilustra que é possível praticar a democracia sem partidos. Porém, o ponto que me interessa aqui tratar é diferente. Trata-se do apelo do Papa àqueles que, em princípio, não concordam com ele. O Papa não lhes pede concordância. Pede-lhes simpatia. Pede-lhes apenas que o ouçam de boa-fé e presumindo que ele tem alguma coisa para dizer. E que depois decidam.
Vinda do chefe de uma instituição que não é propriamente conhecida pela sua tradição democrática, a frase ilustra, e faz um apelo, a um elemento essencial da cultura democrática - a simpatia. Não basta a um democrata tolerar aos outros a liberdade de expressão. É necessário que ele esteja disposto a ouvir os outros, especialmente aqueles que diferem de si, com simpatia. E a simpatia significa a presunção de que os outros estão de boa-fé e que têm alguma verdade para dizer.
Este é um dos elementos-base que falta aos povos de cultura católica quando vivem em democracia. A cultura católica está baseada na procura da verdade e, em breve, cada partido político julga ter a verdade. Cada partido vai ter de ouvir os outros partidos políticos no parlamento, na imprensa e em outros foruns, porque a isso está obrigado pelas regras do jogo. Mas não os ouve com simpatia.
Ouvir os outros é uma fardo que se tem de suportar porque os outros não têm a verdade, e, por isso, as suas palavras só podem ser recebidas com antipatia. Para cada partido, aquilo que os outros têm para dizer serve tipicamente para entrar por um ouvido e sair pelo outro e, se as regras o permitissem, até se lhes cortava a palavra.
Um homem possuindo uma cultura verdadeiramente democrata ouve os outros com simpatia, especialmente aqueles que diferem de si. Porém, em Portugal, não existe uma cultura democrática. Vejam-se as caixas de comentários dos blogues abertos para avaliar a simpatia que os comentadores nutrem uns pelos outros, pelos autores do blogue, e pelas suas respectivas verdades.
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É esta esta mesma falta de simpatia pelo povo português que faz da generalidade dos homens da Geração de 70, a que me tenho referido recentemente, profundamente anti-democratas, apesar das suas proclamações em contrário. Ninguém pode ser democrata, e portanto acreditar e respeitar as decisões do povo, quando, em primeiro lugar, não tem simpatia nenhuma pelo povo.
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