21 abril 2009

injustificado?


É interessante que um País que não aceita a existência de filhos de pais incógnitos, aceite sem pestanejar, o enriquecimento injustificado, como lhe chama Vital Moreira.
A rapariga que aparece de esperanças é obrigada a revelar, às autoridades, os possíveis autores da proeza e o Estado gasta milhares de euros a comparar segmentos de ADN, para apurar a verdade. Verdade que, muitas vezes, nem a própria sabe nem quer saber.
Contudo, quando o Estado detecta que um tipo está prenhe de massa, ignora as causas, chamando-lhes “injustificadas” e tratando mas é de meter ao bolso uma fatia.
Ora nenhum enriquecimento é injustificado. Ninguém acorda de manhã com um milhão no colchão, como ninguém acorda de barriga cheia, na ausência de motivos de peso. Pelo menos, há mais de 2000 anos que isso não acontece. Não poderia então o Estado gastar um dinheirito para baptizar de cógnito o que se julgava ser incógnito?
Na volta, talvez as autoridades pudessem deixar de andar a cheirar os lençóis das raparigas e dedicar mais tempo a cheirar os enriquecimentos que parecem injustificados.
Parecem, parecem mas não são!

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