No que à autoridade e ao poder diz respeito, estou convencido de que em Portugal ele tende (e tenderá) a ser sempre fortemente pessoalizado. Mesmo em democracia, apesar do facto dos partidos monopolizarem o espaço da discussão ideológica e política e o da elegibilidade, estes acabam no fundo por se afirmar mais ou menos junto dos eleitores em função dos seus líderes do momento.
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Veja-se por exemplo o caso do PSD da Madeira com Alberto João Jardim versus o PSD do continente, ou mesmo o PS de Sócrates, cujo líder aparece recorrentemente mais bem cotado nas sondagens do que o próprio partido. Ou veja-se também o caso do PSD com e sem Cavaco Silva, e por aí fora. E o que seria do BE sem Louçã?
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Acho que esta ideia se aplica da mesma forma a todo o tipo de organização que requeira algum grau de mobilização. A figura do líder é incontornável. Sem um líder forte, carismático e mobilizador (no fundo e no dizer de Pedro Arroja, o homem de elite, aquele que possui o caminho para a verdade) os portugueses ficam reduzidos a uma multidão sem capacidade organizativa pela disparidade de opiniões e de motivações contraditórias que se tentam afirmar em simultâneo. Processo que é agravado pela dificuldade que têm em discutir ideias.
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A tendência natural é procurarem entre eles quem os lidere, portanto eleger uma pessoa. A democracia coloca o aspecto da liderança e do poder na figura do Estado, uma entidade impessoal. Para os portugueses não serve, porque os portugueses discutem pessoas, não discutem projectos nem instituições. O Estado são "eles" e o povo somos "nós". Não há para os portugueses entidades impessoais. É tudo pessoalizado.
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Miguel
Anonymous 04.14.09 - 1:01 am #
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Veja-se por exemplo o caso do PSD da Madeira com Alberto João Jardim versus o PSD do continente, ou mesmo o PS de Sócrates, cujo líder aparece recorrentemente mais bem cotado nas sondagens do que o próprio partido. Ou veja-se também o caso do PSD com e sem Cavaco Silva, e por aí fora. E o que seria do BE sem Louçã?
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Acho que esta ideia se aplica da mesma forma a todo o tipo de organização que requeira algum grau de mobilização. A figura do líder é incontornável. Sem um líder forte, carismático e mobilizador (no fundo e no dizer de Pedro Arroja, o homem de elite, aquele que possui o caminho para a verdade) os portugueses ficam reduzidos a uma multidão sem capacidade organizativa pela disparidade de opiniões e de motivações contraditórias que se tentam afirmar em simultâneo. Processo que é agravado pela dificuldade que têm em discutir ideias.
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A tendência natural é procurarem entre eles quem os lidere, portanto eleger uma pessoa. A democracia coloca o aspecto da liderança e do poder na figura do Estado, uma entidade impessoal. Para os portugueses não serve, porque os portugueses discutem pessoas, não discutem projectos nem instituições. O Estado são "eles" e o povo somos "nós". Não há para os portugueses entidades impessoais. É tudo pessoalizado.
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Miguel
Anonymous 04.14.09 - 1:01 am #
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