22 março 2009

testemunhas abonatórias

O Sr. Doutor julga que o BCP ia cometer uma ilegalidade? A pergunta veio do meu gestor de conta do BCP, já lá vão uns anos.
- Com certeza, respondi-lhe sem hesitar.
A história é muito simples de contar. Tinha pedido um empréstimo para compra de habitação e propuseram-me que comprasse acções do banco para ter direito a um spread mais vantajoso. Obviamente, esta proposta tresandava a “ilegalidade” porque a Lei obriga a que todos os accionistas tenham um tratamento igual e, neste caso, existia uma clara discriminação. Contudo, deixei-me de filosofias e com o meu espírito anglo-saxónico aceitei a proposta.
Noutra ocasião, pretenderam emprestar-me dinheiro para comprar mais acções do BCP, num aumento de capital. Este caso pareceu-me mais grave. Num aumento de capital, as empresas procuram financiamento e se a operação for feita “com o pêlo do mesmo cão”, não entra qualquer dinheiro fresco. Como nada tinha a beneficiar, recusei a proposta.
O Sr. Eng. Jardim Gonçalves era o Presidente do BCP, nessas alturas, e, presumo, o Arquitecto Mor destas estratégias de chico-espertismo, que decorriam publicamente. Como é que este tipo de irregularidades é tratado na Lei? A resposta não deve ser simples.
Contudo é muito simples percebermos que cabe à justiça proceder à sua avaliação e que não fica bem ao Presidente Eanes e ao Presidente Soares abonarem o carácter de uma figura tão controversa. Acabam por contribuir para o descrédito da justiça.

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