08 março 2009

Será que temos muito a perder? (III)


A edição de ontem do jornal Público trazia (na página 6) um pequeno texto relativo a um novo movimento cívico, chamado "Força Emergente", cujo porta voz foi a São Bento pedir a demissão do primeiro ministro José Sócrates. Escrevia o Público que "o movimento - cuja larga maioria dos fundadores quer permanecer anónima - defende que é necessário mudar o sistema político português para uma filosofia presidencialista, e não ter os partidos subjugados a um restrito número de líderes pouco actuantes". O porta voz do "Força Emergente", um tal de Carlos Luís, acrescentava ainda "O Governo que sair das eleições deste ano será mais do mesmo, seja PS ou PSD (...) Estamos prontos para agitar, e muito, as águas". E concluiu afirmando que "recebeu mensagens de apoio vindas sobretudo de pessoas que se identificam como militantes socialistas".

Ora, os leitores do PC já devem estar a par do meu desencanto com o estado actual da democracia indirecta em Portugal. Por isso, em teoria, a mensagem do "Força Emergente" deveria ser música para os meus ouvidos. Infelizmente, a natureza anónima dos seus fundadores, provavelmente, relacionada com a manifesta associação do "Força Emergente" a uma certa ala do Partido Socialista conotada com o deputado Manuel Alegre, faz com que eu desconfie em absoluto da bondade deste movimento. É que este movimento já está politizado e os portugueses estão fartos dos políticos. Nas circunstâncias actuais, só os cidadãos não politizados é que poderão liderar este tipo de movimentos cívicos. E neste aspecto, o "Força Emergente" parece não servir. Aliás, só vai descredibilizar a causa.

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