02 março 2009

Leviandade


"A Tex - Transportes de Encomendas Expresso foi vendida pela CP à Grupo Urbanos (...) era a única empresa do universo CP que não dava prejuízos. (...) Cardoso dos Reis, líder da CP, explicou a venda num quadro de racionalização do grupo, tendo em vista a concentração da actividade no seu core business, que é o transporte ferroviário.", Público.

Recorde-se que, há não muito tempo, a CP foi alvo de uma auditoria arrasadora do Tribunal de Contas na qual se relatava, e cito de memória, que a empresa de transportes possuía 16 ou 17 empresas participadas das quais apenas uma dava lucro. A avaliar por esta notícia do Público de hoje, deveria ser a Tex. Nesse relatório, o Tribunal de Contas criticava severamente a administração da CP pela sua incapacidade de gestão.

Quanto à Tex, é verdade que a sua dimensão no universo global da CP era pouco representativa. E também aceito o argumento de que o negócio da Tex representava um desvio face ao seu negócio nuclear, que é o transporte ferroviário. Mas pergunto: do ponto de vista de gestão, não seria mais urgente analisar o futuro das participadas que dão prejuízo? É que, se nada fôr feito nessas, a ideia que passa é a de que a venda da Tex foi apenas uma forma de ganhar novo fôlego para financiar mais uns quantos meses de incompetência generalizada.

Uma última nota: o valor pelo qual a CP vendeu a Tex não foi divulgado. Assim, tal como no caso CGD/Investifino, repito o que aqui já disse antes: quando está em causa uma empresa pública, a transparência tem de ser total. Os contribuintes, os portugueses anónimos, têm o direito de saber o que se passa. Infelizmente, Portugal é hoje uma república das bananas. Resta saber até quando...

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