27 março 2009

insustentável

O BE acaba de propor a nacionalização da Galp (1999-?), da EDP (1997-?) e da PT (1996-?)*. É necessário analisarmos o contexto destas propostas, para as qualificarmos.
Todas estas empresa já foram públicas, há cerca de 12 anos. A sua privatização prometia economias significativas para todos os portugueses. Através de uma melhor gestão e da concorrência. Decorridos alguns anos, porém, constatamos, que nada disto se passou.
Portugal continua a pagar os combustíveis, a electricidade e as telecomunicações, aos preços mais elevados da UE, mais coisa menos coisa. Estas empresas internacionalizaram-se, mas esqueceram-se do País. A Galp, por exemplo, retardou a descida da gasolina, no último trimestre de 2008, para maximizar os seus lucros.
Este panorama resulta de falta de concorrência, já se sabe, mas também não me parece que essa concorrência vá surgir de um dia para o outro. Assim sendo, faz sentido a proposta do BE?
A minha opinião, muito sincera, é que, sem concorrência, faz todo o sentido.
Os líderes destas empresas não compreendem a situação delicada que estão a criar. Tal como os gestores da AIG não perceberam o impacto político dos seus bónus, estes gestores não atingem que o enriquecimento das suas empresas, em face do empobrecimento do País, é politicamente insustentável, pelo menos na situação de quase monopólio em que funcionam.
Quando perceberem será tarde demais. A procissão ainda vai no adro.
* Privatizações dos XIII e XIV governos, de António Guterres.

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