Uma diferença entre a tradição universitária portuguesa (católica) e a inglesa ou americana (protestante) respeita à visão que é tida acerca do professor universitário. Na tradição portuguesa, ele é valorizado sobretudo como docente (enseignant; teacher); na tradição anglo-saxónica ele é valorizado sobretudo como investigador (rechercheur; researcher).
A tradição portuguesa põe o ênfase na capacidade do universitário para transmitir conhecimentos passados; a tradição anglo-saxónica põe o ênfase na sua capacidade para criar conhecimentos novos.
A tradição portuguesa põe o ênfase na capacidade do universitário para transmitir conhecimentos passados; a tradição anglo-saxónica põe o ênfase na sua capacidade para criar conhecimentos novos.
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A razão para esta diferença de ênfase deve-se ao facto de a Igreja Católica ser, desde o início, e ainda hoje, predominantemente uma instituição de ensino; ao passo que Protestantismo, na versão positiva do termo, significa testemunhar (provar). Por isso, na tradição protestante a tendência é para provar coisas (teses) e, quando uma já está provada, passa à seguinte; enquanto na tradição católica a tendência é para passar o tempo a ensinar coisas que são tomadas como adquiridas. Não existe o sentido da inovação, do progresso, nesta última tradição; ela é profundamente conservadora, e avessa à prova (testemunho).
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