Entre os defeitos que Teixeira de Pascoaes atribui aos portugueses encontra-se aquele que ele designa por Vaidade Susceptível. Esta é uma susceptibilidade associada a uma forma de vaidade que é típica dos portugueses - a de gostarem de aparentar, a de quererem parecer mais e melhor do que aquilo que na realidade são.
Na opinião de Pascoaes este é um defeito que deriva do glorioso passado colonial do país. Nas suas palavras, o português "(c)ontinua a viver, em sonho, o poderio perdido. Mas como toda a vida fantástica pressente o próprio nada que a forma, (ele) torna-se, por isso mesmo, de uma susceptibilidade infinita, sangrando dolorosamente, ao contacto de qualquer coisa de real que, junto dele, se ponha em contraste revelador da sua ilusória aparência".
O português típico gosta de aparentar em público, de parecer em público melhor do que aquilo que na realidade é, de proclamar aí grandiosos princípios que o façam parecer bem, mas que nâo têm correspondência na prática da sua vida real. Mas se alguém lhe chama a atenção para a enorme discrepância entre aquilo que ele diz ser, ou proclama, e a verdadeira realidade daquilo que ele é, ou faz, a sua susceptibilidade é imensa. Sente-se ofendido e reage mal, às vezes furiosamente. E inventa então um milhão de razões, desculpas, fugas, estratagemas, para tentar conciliar o inconciliável - a aparência e a realidade. Trata-se de uma manifestação da falta de sentido da verdade existente na cultura portuguesa, a que já me referi noutros posts.
Na explicação de Pascoaes: "O português é um herdeiro esbulhado dos seus bens materiais e espirituais. Mas vão dizer-lhe que é pobre. Suprema ofensa! Não ignora a sua pobreza, porque é vaidoso, mas quer que os outros a ignorem; e serve-se, para isso, de todos os meios que iludem, criando o seu drama em que é autor e actor. E engendra mil preconceitos, fórmulas, propícios à atmosfera de ilusão em que pretende viver acompanhado ..."
Na opinião de Pascoaes este é um defeito que deriva do glorioso passado colonial do país. Nas suas palavras, o português "(c)ontinua a viver, em sonho, o poderio perdido. Mas como toda a vida fantástica pressente o próprio nada que a forma, (ele) torna-se, por isso mesmo, de uma susceptibilidade infinita, sangrando dolorosamente, ao contacto de qualquer coisa de real que, junto dele, se ponha em contraste revelador da sua ilusória aparência".
O português típico gosta de aparentar em público, de parecer em público melhor do que aquilo que na realidade é, de proclamar aí grandiosos princípios que o façam parecer bem, mas que nâo têm correspondência na prática da sua vida real. Mas se alguém lhe chama a atenção para a enorme discrepância entre aquilo que ele diz ser, ou proclama, e a verdadeira realidade daquilo que ele é, ou faz, a sua susceptibilidade é imensa. Sente-se ofendido e reage mal, às vezes furiosamente. E inventa então um milhão de razões, desculpas, fugas, estratagemas, para tentar conciliar o inconciliável - a aparência e a realidade. Trata-se de uma manifestação da falta de sentido da verdade existente na cultura portuguesa, a que já me referi noutros posts.
Na explicação de Pascoaes: "O português é um herdeiro esbulhado dos seus bens materiais e espirituais. Mas vão dizer-lhe que é pobre. Suprema ofensa! Não ignora a sua pobreza, porque é vaidoso, mas quer que os outros a ignorem; e serve-se, para isso, de todos os meios que iludem, criando o seu drama em que é autor e actor. E engendra mil preconceitos, fórmulas, propícios à atmosfera de ilusão em que pretende viver acompanhado ..."
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