22 janeiro 2009

a pedir contas



Porque é que o escudo era uma moeda forte durante o Estado Novo? Porque os portugueses viviam dentro das suas possibilidades (balança de transacções correntes equilibrada).

E porque é que o escudo passou a desvalorizar a partir de 1974? Porque os portugueses passaram a viver acima das suas possibilidades (e a desvalorização do escudo representava o travão a essa irresponsabilidade).

Em 1993 Portugal aderiu ao Mecanismo das Taxas de Câmbio do Sistema Monetário Europeu, um estádio preparatório do euro, e, em 1999, aderiu ao euro. Os portugueses, a partir dessa data, passaram a viver permanente e cronicamente acima das suas possibilidades (cf., a partir daí, os défices crónicos da balança de transacções correntes). Se existisse o escudo, ele tinha desvalorizado e tinha-se posto um travão a essa loucura. Como existia o euro, nada os parou.

E como é que conseguiram isso, viver por tantos anos acima das suas possibilidades? Endividando-se perante o estrangeiro permanente e cronicamente.

Os credores estão agora a bater à porta a pedir contas.

Sem comentários: