Abro a porta e ela atira-se para os meus braços, os olhos sorridentes. Pouso tudo no chão e agarro-a contra mim. Não há nada no mundo como ter uma fêmea alegre à minha espera. Faz-me “descer das árvores” e aterrar suavemente na terra. Ela guardou o ninho, preparou-se para mim e horas antes de eu chegar já não largava a porta.
Como sou sortudo, eu sei. Muitos amigos queixam-se de que quando chegam a casa as fêmeas lhes zurzem os ouvidos com lamúrias e reprimendas, que lhes atiram com tarefas indignas para cima e, ainda, que não lhes dedicam qualquer atenção.
Com a Marta é tudo diferente. Formamos o par ideal, ela é bonita, alegre e temos uma empatia muito especial: aceitamo-nos como somos, sem quaisquer exigências mútuas que envenenem o nosso relacionamento.
Sento-me no sofá e ela senta-se ao meu lado. Sem uma palavra, apenas contente. É um relacionamento que não esfria com o tempo, pelo contrário compreendemo-nos cada vez melhor. O meu único problema é a quantidade de fêmeas lá por casa...
- Já te sentaste no sofá? Ouço uma voz da cozinha. Deixa a cadela e anda dar uma ajuda a pôr a mesa!
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