A indústria automóvel norte-americana está a um passo da falência. Com apoio ou sem apoio do Estado, o ramo não tem viabilidade económica. É uma questão de números. Por exemplo, a General Motors tem estado a queimar recursos à média de 10 mil milhões de dólares por mês! O seu endividamento global é superior a 60 mil milhões de dólares, do qual uma boa parte foi assumido para pagar dívidas antigas e suportar a liquidez necessária à manutência da operação da empresa.
O problema é que, entretanto, as vendas continuam a cair a pique, os credores fecharam a torneira e a liquidez esgotou-se. A empresa não tem cash para chegar ao final do mês. Vai daí está a tentar esmifrar o Congresso em 18 mil milhões de dólares para aguentar pelo menos mais dois meses. Porque aquilo que a empresa oferece em troca do empréstimo do Estado ("In exchange, the companies have agreed to slash their payrolls, shrink their dealership rosters and make other changes to ensure they'll be able to pay the money back", Bloomberg) não aquece nem arrefece e, também, não se implementa de um dia para o outro. Ofereçam em alternativa a loira da fotografia e talvez tenham melhor sorte!
De resto, é essa consideração estrutural, a falta de viabilidade económica do sector, que na minha opinião justifica a sua falência - ao contrário do que aconteceu com a generalidade dos bancos que foram recapitalizados nas últimas semanas. É que uma coisa é lançar a bóia de salvação ao náufrago, ao peso pesado, que apesar das caimbras e da hipotermia ainda consegue esbracejar. Outra coisa é lançar a bóia de salvação ao morto vivo que, roxo, já vai a caminho do fundo do mar. Amanhã, os executivos da GM, da Ford e da Chrysler regressarão ao Congresso norte-americano para fazer o peditório final. E na sexta já deverão ter uma resposta. Na minha opinião, será o dia D.
Sem comentários:
Enviar um comentário