Se alguma coisa demonstra esta longa agonia em que está mergulhado o PSD é que os líderes políticos não se inventam, nem saem de conciliábulos de notáveis figuras dos aparelhos partidários eleitas pelos contingentes de bombeiros da estrutura local que lhes é geograficamente mais próxima. Um líder carece de história, de carisma, de autoridade própria e de reconhecimento público dentro e fora do partido. Com menos do que isso não ganha eleições, nem chefia governos.
Em trinta e quatro anos de história, o PSD teve três lideranças naturais – Sá Carneiro, Cavaco Silva e Durão Barroso -, inúmeros regentes que se ocuparam do partido em períodos de interregno – Magalhães Mota, Emídio Guerreiro, Sousa Franco, Rui Machete, Francisco Pinto Balsemão, Fernando Nogueira, Marques Mendes e Luís Filipe Meneses -, e duas promessas frustradas – Marcelo Rebelo de Sousa e Santana Lopes.
Em que categoria se insere, neste contexto, a liderança de Manuela Ferreira Leite? Em nenhuma, provavelmente. Líder natural do partido onde milita há décadas, e de quem nunca ninguém se lembrara para essa função nas muitas crises atravessadas, não o é certamente. A regência carece, pelo menos, de alguma unanimidade na função transitória que a caracteriza, o que também não acontece com Manuela Ferreira Leite, acossada por todos os lados por putativos líderes alternativos que diariamente desafiam o seu «poder». E para promessa frustrada seria necessário que ela tivesse suscitado a expectativa de muitos, a quem desiludiria algum tempo depois de chegar ao poder. Ora, nem ela criou essa expectativa, nem foi necessário deixar passar muito tempo para que os seus poucos apoiantes com expressão, como Marcelo Rebelo de Sousa, a renegassem. Cheios de razão, há que dizê-lo.
Manuela Ferreira Leite é, pois, um equívoco. Um erro de casting que serviu alguns interesses do baronato laranja para destronar um líder frouxo que os incomodava e para evitar expor, fora de tempo e do contexto, a liderança verdadeiramente pretendida.
O líder natural por detrás de Manuela Ferreira Leite é Rui Rio. O caminho do Presidente da Câmara Municipal do Porto para a chefia do partido laranja está, aliás, a ser eximiamente percorrido. A expectativa que o povo social-democrata tem sobre ele é imensa. A gestão que ele mesmo se encarrega de fazer do seu próprio mito também é exemplar: homem honesto, competente, que corta a direito, distante do mundo profano da política vulgar. Todos os elementos tipificadores da liderança da direita indígena estão reunidos, melhor, concentrados em Rui Rio. Em Salazar e em Cavaco também.
Assim, quando Manuela Ferreira Leite for trucidada por José Sócrates nas legislativas que aí vêm, e quando Rio considerar cumprida a sua missão de sacrifício no Porto, ele deixar-se-á tranquilamente conduzir à chefia do partido que há muito o aguarda, e exercerá implacavelmente o poder que lhe for confiado, para alegria do povo laranja, que terá finalmente alguém que o ponha na ordem e restitua a unidade que o reconduzirá ao governo do país.
Em trinta e quatro anos de história, o PSD teve três lideranças naturais – Sá Carneiro, Cavaco Silva e Durão Barroso -, inúmeros regentes que se ocuparam do partido em períodos de interregno – Magalhães Mota, Emídio Guerreiro, Sousa Franco, Rui Machete, Francisco Pinto Balsemão, Fernando Nogueira, Marques Mendes e Luís Filipe Meneses -, e duas promessas frustradas – Marcelo Rebelo de Sousa e Santana Lopes.
Em que categoria se insere, neste contexto, a liderança de Manuela Ferreira Leite? Em nenhuma, provavelmente. Líder natural do partido onde milita há décadas, e de quem nunca ninguém se lembrara para essa função nas muitas crises atravessadas, não o é certamente. A regência carece, pelo menos, de alguma unanimidade na função transitória que a caracteriza, o que também não acontece com Manuela Ferreira Leite, acossada por todos os lados por putativos líderes alternativos que diariamente desafiam o seu «poder». E para promessa frustrada seria necessário que ela tivesse suscitado a expectativa de muitos, a quem desiludiria algum tempo depois de chegar ao poder. Ora, nem ela criou essa expectativa, nem foi necessário deixar passar muito tempo para que os seus poucos apoiantes com expressão, como Marcelo Rebelo de Sousa, a renegassem. Cheios de razão, há que dizê-lo.
Manuela Ferreira Leite é, pois, um equívoco. Um erro de casting que serviu alguns interesses do baronato laranja para destronar um líder frouxo que os incomodava e para evitar expor, fora de tempo e do contexto, a liderança verdadeiramente pretendida.
O líder natural por detrás de Manuela Ferreira Leite é Rui Rio. O caminho do Presidente da Câmara Municipal do Porto para a chefia do partido laranja está, aliás, a ser eximiamente percorrido. A expectativa que o povo social-democrata tem sobre ele é imensa. A gestão que ele mesmo se encarrega de fazer do seu próprio mito também é exemplar: homem honesto, competente, que corta a direito, distante do mundo profano da política vulgar. Todos os elementos tipificadores da liderança da direita indígena estão reunidos, melhor, concentrados em Rui Rio. Em Salazar e em Cavaco também.
Assim, quando Manuela Ferreira Leite for trucidada por José Sócrates nas legislativas que aí vêm, e quando Rio considerar cumprida a sua missão de sacrifício no Porto, ele deixar-se-á tranquilamente conduzir à chefia do partido que há muito o aguarda, e exercerá implacavelmente o poder que lhe for confiado, para alegria do povo laranja, que terá finalmente alguém que o ponha na ordem e restitua a unidade que o reconduzirá ao governo do país.
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