O Plano de garantias aos bancos adoptado pelos países da UE este fim de semana era um passo necessário - na realidade, inevitável. Porém, ele não resolve a crise. Dentro de poucas semanas iremos assistir a um novo surto de pânico. E, então, os alvos não serão apenas os bancos. Serão também alguns Estados nacionais. Na linha da frente estarão aqueles que possuem elevados déficits na balança de transacções correntes.
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Um país que possui um elevado déficit de transacções correntes todos os meses tem de enviar para o estrangeiro, para pagar as suas importações, muito mais dinheiro do que aquele que de lá recebe, como receita das suas exportações. Esta saída líquida de dinheiro faz-se através do sistema bancário, o qual, em resultado da crise, se encontra já de si bastante depauperado. Este elemento adicional de pressão pode tornar a crise fatal nesse país. O Estado é levado a meter cada vez mais dinheiro para segurar os bancos e, no fim, ele próprio acaba insolvente.
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Está a acontecer na Islândia. Vai acontecer noutros países. A bolha financeira que acaba de rebentar é apenas o prelúdio da bomba económica que está aí para rebentar. Nãoo foram apenas os bancos que andaram a viver acima das suas possibilidades ao longo dos últimos anos. Foi toda a gente, e os bancos apenas reflectiram isso. Portugal, por exemplo, nos últimos anos tem andado a viver 20 a 30% acima das suas possibilidades.
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