Eu estou hoje persuadido que o sistema económico que melhor se ajusta à cultura portuguesa é o sistema corporativo. Pelo contrário, num país como a Inglaterra ou os EUA, o sistema económico que melhor se ajusta à sua cultura é o sistema de mercado livre.
A principal diferença entre os dois reside na pessoalidade de um e na impessoalidade do outro. No sistema de mercado livre, os resultados económicos, como preços e quantidades, resultam da interacção livre entre a oferta e a procura, isto é, da acção de milhões de pessoas de um lado e do outro do mercado, cada uma prosseguindo os seus próprios interesses. Estes resultados são o fruto da acção de pessoas, mas cada pessoa é uma fracção de tal modo insignificante no total, que não se pode atribuir um certo resultado do mercado a uma pessoa, ou grupo restrito de pessoas, em particular. É neste sentido que o mercado livre é um processo impessoal.
Diferentemente num regime corporativo. A corporação controla o lado da oferta do mercado, e frequentemente é capaz de influenciar decisivamente o lado da procura. Os resultados do mercado, bons ou maus, podem por isso, em larga medida, ser atribuídos aos homens que dirigem a corporação. É neste sentido que os resultados económicos de um regime corporativo são pessoalizáveis.
A presente crise financeira é um resultado típico do mercado livre. Nenhum homem a criou, nenhum é responsável por ela, nenhum possui soluções, muito menos o poder, para a controlar. Ela é o resultado do comportamento de multidões e por isso está fora de controlo. É impossível prever as suas consequências em toda a sua dimensão e variedade.
Uma crise desta dimensão nunca aconteceria num regime corporativo. A corporação só se estende até ao limite das capacidades de controlo de um homem ou de um pequeno grupo de homens - os dirigentes corporativos. As crises são de dimensões mais pequenas e, quando ocorrem, é fácil identificar os seus responsáveis e substituí-los por outros.
Uma das consequências da presente crise vai ser, em parte, o regresso ao corporativismo - organizações mais pequenas, processos económicos submetidos a controlo pessoal de dirigentes, uns e outros incapazes de grande expansão, mas também menos propensos a serem vitimizados por grandes crises como a presente. A globalização é um produto típico do regime de mercado livre. Nunca poderia acontecer num regime corporativo. É a globalização que também vai regredir em resultado da crise actual.
A principal diferença entre os dois reside na pessoalidade de um e na impessoalidade do outro. No sistema de mercado livre, os resultados económicos, como preços e quantidades, resultam da interacção livre entre a oferta e a procura, isto é, da acção de milhões de pessoas de um lado e do outro do mercado, cada uma prosseguindo os seus próprios interesses. Estes resultados são o fruto da acção de pessoas, mas cada pessoa é uma fracção de tal modo insignificante no total, que não se pode atribuir um certo resultado do mercado a uma pessoa, ou grupo restrito de pessoas, em particular. É neste sentido que o mercado livre é um processo impessoal.
Diferentemente num regime corporativo. A corporação controla o lado da oferta do mercado, e frequentemente é capaz de influenciar decisivamente o lado da procura. Os resultados do mercado, bons ou maus, podem por isso, em larga medida, ser atribuídos aos homens que dirigem a corporação. É neste sentido que os resultados económicos de um regime corporativo são pessoalizáveis.
A presente crise financeira é um resultado típico do mercado livre. Nenhum homem a criou, nenhum é responsável por ela, nenhum possui soluções, muito menos o poder, para a controlar. Ela é o resultado do comportamento de multidões e por isso está fora de controlo. É impossível prever as suas consequências em toda a sua dimensão e variedade.
Uma crise desta dimensão nunca aconteceria num regime corporativo. A corporação só se estende até ao limite das capacidades de controlo de um homem ou de um pequeno grupo de homens - os dirigentes corporativos. As crises são de dimensões mais pequenas e, quando ocorrem, é fácil identificar os seus responsáveis e substituí-los por outros.
Uma das consequências da presente crise vai ser, em parte, o regresso ao corporativismo - organizações mais pequenas, processos económicos submetidos a controlo pessoal de dirigentes, uns e outros incapazes de grande expansão, mas também menos propensos a serem vitimizados por grandes crises como a presente. A globalização é um produto típico do regime de mercado livre. Nunca poderia acontecer num regime corporativo. É a globalização que também vai regredir em resultado da crise actual.
.
De um ponto de vista cultural, países como Portugal, a Espanha ou a Itália, que possuem uma tradição corporativa e pessoalizada, estão, apesar de tudo, muito melhor equipados para se defenderem da crise que aí vem, do que países como a Inglaterra ou os EUA.
Sem comentários:
Enviar um comentário