28 setembro 2008

no blank cheque


À medida que são conhecidos os primeiros detalhes do plano de emergência americano para o sector financeiro, por exemplo, aqui (cortesia João Miranda), a minha reacção é a seguinte. O secretário do Tesouro, Henri Paulson, tinha pedido ao Congresso um cheque em branco de $700 biliões. Aquilo que o Congresso lhe deu é uma coisa muito mais modesta: $250 biliões para já e o resto logo se vê. E com condições, a mais difícil de cumprir é a de que as instituições intervencionadas dêem garantias, ou comprem seguros que garantam, que o dinheiro dos contribuintes não será esbanjado. Outra condição importante é que o Estado ficará accionista de todas as instituições intervencionadas significando que elas ficam, pelo menos em parte, nacionalizadas. São também proibidas, ou severamente limitadas, compensações por despedimento aos gestores das instituições intervencionadas.(*)

O plano será anunciado hoje à noite antes da abertura dos mercados asiáticos e dos mercados americanos de futuros em Chicago. Estes mercados darão a primeira indicação de como o plano vai ser recebido amanhã na Europa e em Wall Street. Eu não estou optimista porque penso que o mercado estava à espera do cheque em branco, no strings attached.
.
(*) Se estes homens ficarem sem dinheiro para habitação, não se atrapalhem. Procurem conhecer um político português. Ele arranja uma casita em Lisboa com renda camarária.
.
Actualização às 23:30: Os futuros sobre os principais índices bolsistas americanos, Dow Jones, S&P500 e Nasdaq, abrem ligeiramente em baixa em Chicago indicando, neste momento, uma abertura em baixa amanhã na Bolsa de Nova Iorque. O mercado não está impressionado com o plano de emergência negociado no Congresso.

Sem comentários: