10 setembro 2008

luís nobre guedes

De modo a evitar equívocos, apesar de o ter já dito e escrito noutros lugares, quero aqui dizer que considero Luís Nobre Guedes a melhor cabeça pensante que passou pelo CDS desde a morte de Adelino Amaro da Costa. Factos: foi LNG quem concebeu a estratégia empresarial e política d’O Independente, da qual resultaria o renascimento do CDS e o grupo Media Capital, um dos maiores da nossa comunicação social; foi ele quem aproximou Paulo Portas e Manuel Monteiro, e concebeu a estratégia de tomada de poder do CDS por uma nova geração; foi ele quem, esgotado o monteirismo, lançou Paulo Portas na corrida para a liderança e se dispôs a fazer de lebre até ao Congresso de Braga; a ele se deveu, também, a aproximação entre Marcelo e Portas que levaria a uma nova AD, numa estratégia, que mais tarde daria frutos, de forçar o PSD a ir para o governo com o CDS; por isso, foi a LNG que coube, na noite da vitória relativa do PSD nas legislativas, anunciar a inevitabilidade de um governo de coligação dos dois partidos, não obstante as muitas vozes que, na sede do PSD, nessa mesma noite, punham reservas à ideia. Por fim, diga-se que LNG é (era?) um político frio e cerebral, pouco dado às emotividades basistas, imune aos cantos de sereia do aparelho (que lhe retribui a simpatia execrando-o, como se tem visto ultimamente) e que até terá sido um excelente ministro, talvez o único do ambiente que conseguiu a opinião favorável de todas as associações do sector. Quem duvidar disto faça um exercício simples de verificação: compare o que sucedeu a Freitas do Amaral após a morte de Adelino Amaro da Costa, com o que tem vindo a fazer Paulo Portas após o afastamento de Nobre Guedes. Não é preciso mais.

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