Não existe empresa mais difícil do que o Casamento. Ele nasce, quase sempre, de um pacto social estabelecido sob precárias condições de limitada racionalidade (o amor, a paixão), visa a criação de condições financeiras e materiais que permitam uma melhoria constante e progressiva da vida dos sócios, cria um número de clientes (os filhos) que dependem, por tempo indeterminado, do sucesso da empresa, e deverá perdurar enquanto não falecer um dos dois sócios, isto é, por toda uma vida. Para além disso, trata-se da única empresa em que os sócios são obrigados a pernoitar juntos todos os dias das suas vidas, a cumprirem determinadas obrigações recíprocas com um entusiasmo semelhante ao da primeira vez, e a manterem uma rigorosa relação de exclusividade que os impede de partilharem a sua vocação empresarial com outros potenciais sócios.
A empresa Casamento gera outra que é a empresa Família. A Família é mais exigente ainda do que o Casamento. Tem obrigações regulares (visitas, festas, aniversários, datas festivas), impõe solidariedades parentais, gera uma clientela exigente (sobrinhos, primos, sogros, avós e netos), e obriga à cortesia, à amabilidade, ao «deixa lá, não lhe vás às fuças que é teu primo», e até à perpetuidade do sogro (e da sogra…) mesmo que sobre o casamento original já declarado extinto tenham vencido mais quatro ou cinco.
O estatuto societário do «sogro» é, aliás, único no mundo empresarial. Ele pode fazer o que entender, chamar aos outros sócios os nomes que lhe apetecer, locupletar-se abundantemente com um capital social que não lhe pertence em jantaradas e almoços na sede da empresa, que resiste a tudo, até mesmo ao fim da empresa. Vá lá Deus saber porquê, uma vez sogro, sogro toda a vida. É mais ou menos como o Major Valentim Loureiro continuar a ser presidente honorário do Boavista, mesmo depois do clube deixar de existir.
Posto isto, há que ser justo e reconhecer que a Família e o Casamento são as duas instituições nucleares da nossa vida em sociedade. E que o empresário que as consiga manter pelo tempo firmado no contrato social – toda a sua vida – é digno de reconhecimento e de admiração. Infelizmente, como é sabido, há cada vez menos empresários bem sucedidos em Portugal.
A empresa Casamento gera outra que é a empresa Família. A Família é mais exigente ainda do que o Casamento. Tem obrigações regulares (visitas, festas, aniversários, datas festivas), impõe solidariedades parentais, gera uma clientela exigente (sobrinhos, primos, sogros, avós e netos), e obriga à cortesia, à amabilidade, ao «deixa lá, não lhe vás às fuças que é teu primo», e até à perpetuidade do sogro (e da sogra…) mesmo que sobre o casamento original já declarado extinto tenham vencido mais quatro ou cinco.
O estatuto societário do «sogro» é, aliás, único no mundo empresarial. Ele pode fazer o que entender, chamar aos outros sócios os nomes que lhe apetecer, locupletar-se abundantemente com um capital social que não lhe pertence em jantaradas e almoços na sede da empresa, que resiste a tudo, até mesmo ao fim da empresa. Vá lá Deus saber porquê, uma vez sogro, sogro toda a vida. É mais ou menos como o Major Valentim Loureiro continuar a ser presidente honorário do Boavista, mesmo depois do clube deixar de existir.
Posto isto, há que ser justo e reconhecer que a Família e o Casamento são as duas instituições nucleares da nossa vida em sociedade. E que o empresário que as consiga manter pelo tempo firmado no contrato social – toda a sua vida – é digno de reconhecimento e de admiração. Infelizmente, como é sabido, há cada vez menos empresários bem sucedidos em Portugal.
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