21 julho 2008

kindergarten

A escola mista é um crime. O ensino deve ser só para rapazes ou raparigas até à entrada para a universidade. Está demonstrado que os rapazes aprendem com mais dificuldade nas escolas mistas e que, portanto, este sistema de ensino os descrimina negativamente. O meu argumento de fundo não se apoia, contudo, em razões de natureza pedagógica.
Penso que o convívio precoce entre rapazes e raparigas muda radicalmente o seu relacionamento futuro. No meu tempo, o primeiro contacto com o sexo oposto, fora do relacionamento familiar, ocorria por volta dos treze anos. Era uma fase de exploração e de descoberta que se vivia com grande emotividade e que era acompanhada da adopção de uma persona.
Essa persona era depois transportada para a vida em sociedade, passando cada um a representar o papel escolhido com a máxima convicção. O rapaz passava a comportar-se como um homem, disposto a assumir as responsabilidades inerentes à persona.
Na escola mista, o convívio entre rapazes e raparigas inicia-se com as brincadeiras do kindergarten e prolonga-se para a vida adulta sem alteração de registo. Não há um ruptura com a infância e a adopção de uma persona. A vida adulta torna-se assim um prolongamento do jardim de infância e ninguém está disposto a assumir responsabilidades.
É também possível que a paixão pelo sexo oposto fique muito amortecida por um convívio tão precoce e tão intenso. Os primeiros namoros, do antigamente, absorviam totalmente os enamorados. Hoje, mais parecem convívios de colegas que incluem, no menu, actividades de carácter sexual.
A infantilização da populaça deve-se, na minha opinião, à escola mista. Deve-se à inexistência de rituais de iniciação na vida adulta que estabeleçam rupturas com a meninice, através da adopção de personas. Sem essas rupturas a vida é a continuação do kindergarten.

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