Como é que se compara a liberdade de que usufruíamos no Estado Novo com a liberdade que temos depois do 25 de Abril (Novo Estado)? Ou, por outras palavras, quando é que fomos mais livres?
Se me tivessem feito esta pergunta há uns anos atrás, nem me tinha dado ao trabalho de responder por considerar que se tratava de uma provocação ou de uma manifestação irrecuperável de ignorância e estupidez. Contudo a pergunta faz todo o sentido.
A liberdade é um direito que resulta do direito à vida e que pode ser definida como a possibilidade de desenvolver todas as acções necessárias à defesa da vida do indivíduo e da sua prole. A liberdade de expressão, de associação, política, religiosa ou económica, são apenas elementos desta definição mais ampla que dei.
Ora se compararmos os períodos do Estado Novo (EN) e do Novo Estado (NE), verificamos que no primeiro existiam restrições à liberdade de expressão e de associação, mas que todos podiam guardar para si a maior parte dos frutos do seu trabalho, não sendo neste sentido escravos do Estado. No Novo Estado existem amplas liberdades de expressão e de associação, mas temos de largar pelo menos metade do que ganhamos para o monstro. Neste sentido somos escravos do Estado nos primeiros 135 dias do ano (até ao dia livre de impostos).
Imaginemos dois senhores feudais. O primeiro EN, impõe determinados códigos de conduta, mas paga os salários por inteiro e deixa a populaça gastar o dinheiro como muito bem lhe aprouver. O segundo NE, apesar de liberal nos costumes, paga apenas metade dos soldos e o restante em senhas que só podem ser utilizadas no feudo, de acordo com os desígnios de senhor. Aonde prefeririam viver? Penso que muitos se sentiriam mais livres com EN. Aliás, a situação com NE evoca o caso dos emigrantes retidos contra a sua vontade, a quem se paga com comida e alojamento e que no fim ainda devem mais ao patrão do que o próprio salário.
Como dizia Ayn Rand, os conservadores (EN) querem-nos controlar a alma mas não se preocupam com o corpo e os socialistas (NE) querem-nos controlar o corpo e não se preocupam com a alma. Para um libertário é muito fácil responder à questão que coloquei inicialmente. Entre os dois que venha o diabo e que escolha.
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