O PIB português não suporta um nível de fiscalidade à europeia. Penso que não será necessário demonstrar esta afirmação. O que necessita de ser demonstrado é o que estavam a pensar os responsáveis políticos, quando o Governo procedeu ao maior aumento da carga fiscal de que há memória, para tapar o buraco do défice, sem contemplar uma diminuição substancial da despesa.
A este respeito é útil contrastar as políticas do actual Governo com a dos precedentes. Manuela Ferreira Leite também ficou associada a uma politica fiscal pró-cíclica, mas sempre recorreu às famigeradas receitas extraordinárias para minorar o aumento da carga fiscal. Era uma solução má, mas menos má do que a actual. Fomos de mal a pior!
Agora os resultados estão à vista. A economia está anémica e não cresce, a população está mais pobre e as famílias começam a ter dificuldades de subsistência.
É necessário arrepiar caminho. Como tenho vindo a afirmar, os impostos têm de baixar significativamente para que o esforço fiscal diminua e o poder de compra permita fazer face ao aumento dos bens alimentares e aos encargos com a habitação.
Hoje, leio no Público que João Proença, da UGT, se juntou ao coro dos que exigem uma diminuição dos impostos, em particular do IRS. Pasme-se! É a primeira vez que ouço um dirigente sindical reivindicar uma descida dos impostos e até poderíamos perguntar onde estava Proença quando estes aumentaram, mas mais vale tarde do que nunca. Já não só os perigosos neoliberais a interpelar o Governo.
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