No post anterior procurei caracterizar as consequências da sobrevalorização do euro, em relação às exportações e às importações. É claro que o petróleo não é a nossa única importação e que os resultados da politica do BCE são demasiado complexos para serem analisados em cima do joelho. Não há porem qualquer dúvida que uma moeda forte ajuda os países que exportam para a Europa.
E uma moeda forte convém aos europeus ou não? Uma moeda estável é positiva para a economia. A sobrevalorização ou a desvalorização são negativas. Como por cá ainda estamos tão bem lembrados do escudo, analisemos apenas o problema da sobrevalorização.
A sobrevalorização ocorre sobretudo quando as taxas de juros estão demasiado altas e a procura da moeda se torna mais apetecível para os investidores. Neste momento, com a desvalorização do dólar, o euro tornou-se apetecível como investimento e como moeda de refúgio.
As taxas altas prejudicam o investimento local e afectam directamente todos os que recorrem ao crédito. O colapso do imobiliário em Espanha e o nosso mini-colapso devem-se a este factor. A construção é afectada, mas também o investimento público, uma vez que o serviço da dívida capta mais recursos.
A sobrevalorização da moeda, por outro lado, amortece a inflação, mas não resolve o essencial. Com inflação alta os consumidores sentem que o dinheiro que ganham não chega para o aumento dos preços. Com a moeda alta os consumidores sentem-se mais pobres, apesar dos preços não subirem tanto. O resultado é parecido. Contudo há ganhadores e perdedores com a politica do BCE.
Os países que exportam para a Europa, como os EUA e os países produtores de petróleo ficam a ganhar e as empresas europeias que exportam para fora do continente ficam a perder. Exemplo: Ganha a Microsoft e a Arábia Saudita e perde a Airbus e a Mercedes.
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