Começa a ser evidente que o PSD está entregue a figuras politicamente menores e que não conseguiu, mais de dez anos depois da saída de Cavaco, encontrar um caminho credível e dirigentes à altura.
Também é evidente que existem três PSD: o «populista», de Menezes, Santana, Ribau, etc., e o «elitista», de Rio, Paula Teixeira da Cruz, Capucho, etc., e o de Jardim, de Jardim sem etc.. Os dois primeiros, aqueles que verdadeiramente contam para determinar o rumo do partido, são absolutamente inconciliáveis, irrequietos, conflituosos e com tendências destrutivas. Não reconhecem nenhum líder que não seja seu, e fazem guerrilha total a quem está no poder. Só Cavaco os conseguiu manter unidos, com mão de ferro e lugares no Estado distribuídos a rodos.
Em contrapartida, esta crise do PSD não está a provocar, ao contrário do que seria expectável, transferência de voto para o CDS, o que significa que este partido não consegue conquistar credibilidade junto aos eleitores, mesmo quando liderado pelo seu chefe natural, Paulo Portas.
Este cenário só poderá piorar com a anunciada vitória de José Sócrates, e transformar-se em catástrofe sem emenda se essa vitória for com maioria absoluta.
O que isto quer dizer é que, muito provavelmente, a refundação da direita portuguesa terá que ser feita para além destes dois partidos, no caso deles mesmos não a quererem, ou saberem, protagonizar. Em qualquer dos casos, a culpa será sempre deles. Tiveram mais do que tempo e oportunidades sem fim, pelo que não se poderão queixar do que lhes venha a suceder.
* Aguarda-se, com a expectativa de sempre, os habituais e sempre muito pertinentes comentários do sempre atento Manuel Azinhal.
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