O pensamento de grupo é um fenómeno bem conhecido . Nas organizações há uma forte tendência para uniformizar pontos de vista, de tal modo que emergem consensos sobre determinados assuntos que todos parecem apoiar, mas que, bem vistas as coisas, ninguém apoiaria individualmente.
O caso citado, como exemplo, é o do escândalo Watergate. Nixon era um politico excepcional e estava rodeado por equipa extraordinária, contudo deixou-se arrastar para uma situação condenável e que nenhum dos envolvidos, presumo, teria individualmente considerado. Quando Nixon se despediu com o seu célebre: “I’m not a crook!”, percebeu-se um certo grau de inconsciência sobre o ocorrido e até de irresponsabilidade.
Os partidos políticos, enquanto organizações, estão muito sujeitos ao pensamento de grupo. Mais até do que as empresas, porque não têm independentes no seu seio e porque funcionam, relativamente aos outros partidos, numa lógica de clubismo. Todas as críticas externas são imediatamente desvalorizadas.
É útil ter presente este fenómeno quando se analisa a vida interna de um partido político. A eleição de um líder, por exemplo, depende apenas dos votos dos militantes, mas não se ganham eleições apenas com militantes. O líder tem de ter ideias e carisma suficiente para conquistar os votos da população.
Se este factor não for tido em linha de conta, torna-se possível a eleição de “falsos líderes”. Uma espécie de catedráticos do poder, pessoas que ocupam os lugares de líderes porque se sentam nas cadeiras do poder partidário, mas que verdadeiramente não têm capacidade para liderar seja o que for. É o resultado do pensamento de grupo.
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