O Deus de Richard Dawkins não existe. Richard Dawkins é professor de “Public Understanding of Science” em Oxford e autor de um bestseller recente intitulado “The God Dellusion” (2006). Nesse livro, Dawkins, um ateu fundamentalista, nega a existência de Deus e afirma que as religiões têm desenvolvido, desde sempre, um papel nefasto para a humanidade. Na sua opinião, as religiões devem portanto ser eliminadas e substituídas pela ciência.
O livro, que li logo em 2006, tem pouco interesse. Não é original nos seus argumentos, é rude para com as religiões e politicamente faccioso. Elevar a ciência a Providência não acaba com os conflitos mundiais, nem resolve quaisquer dos problemas que afectam a humanidade. Estou até convencido do contrário, Hitler, Stalin e Mao eram ateus!
O mais irónico do livro é que o Deus de Dawkins, o Deus que o autor descreve logo no início da sua obra e que é objecto da sua tese, não existe e é inconcebível sob o ponto de vista racionalista. Dawkins refere-se a um Deus antropomórfico, um ser omnisciente, omnipresente e omnipotente que vive no paraíso e que, segundo os crentes, será o Criador do universo.
Esta descrição de Dawkins, de facto, é uma alucinação (dellusion), mas esse não é o Deus dos teólogos ou até dos Doutores da Igreja. Esse será, quando muito, o Deus dos brutos ou dos básicos e não valeria a pena gastar tanta tinta para o negar.
Deus não é deste mundo. Não pertence ao mundo material em que vivemos, condicionado pelo tempo e pelo espaço. É por isso que muitos autores afirmam que para O conhecermos é necessário começarmos por O negar, pelo menos na sua forma antropomórfica.
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