08 janeiro 2008

quatro comentários sobre o porto

1º Moro no Porto, numa das ruas mais agradáveis da Boavista, num prédio situado numa zona com uma densidade populacional considerável. De há uns anos para cá, parte substancial dos transeuntes são toxicodependentes a caminho ou de regresso do famoso Bairro do Aleixo, onde se vão abastecer de droga para consumo. Hoje, à hora do jantar, ao fazer um zapping pela televisão, no canal de vigilância da porta de entrada do prédio, assisti ao espantoso espectáculo de dois toxicodependentes sentados a injectarem-se. Numa altura em que o tabaco está proibido em todo o lado, não deixa de ser estranha a liberalização do consumo de drogas duras à porta de casa.

2º Hoje, também, mas desta vez à hora do almoço, na Rua Passos Manuel, em frente ao Ateneu, no passeio oposto à entrada do conhecido Clube, um cidadão dormia tranquilamente, debaixo de um grosso cobertor, esticado ao comprido no passeio. Quem passava tinha de se desviar do homem para o não acordar e não lhe interromper o sono dos justos. É justo.

3º O empreendimento habitacional improvisado por um toxidependente no jardim próximo à Muralha Fernandina, que já aqui referi várias vezes, e que é constituído por um sofá, vários cobertores, duas ou três cadeiras, alguns guarda-chuvas e mais algum material não identificado, continua de vento em popa e a crescer. Há já alguns meses e a 200 m da esquadra do Comando Distrital da PSP.

4º O Dr. Rui Rio comemorou hoje seis anos de presidência da Câmara. Manifestou-se muito satisfeito com a recuperação da baixa da Cidade, com o Metro e com as águas e saneamentos. Parabéns, Senhor Doutor. Continue o bom trabalho.

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